sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Um sonho lindo.



Todas as pessoas vivas sonham. Quando falamos em sonho pensamos primeiro naquela associação de pensamentos, muitas vezes incoerentes, no subconsciente de quem dorme. Ou pensamos no sonho como ilusão própria de pessoas que vivem fora da realidade. Mas o meu propósito neste texto é considerar o sonho como inspiração legítima de algo possível através do trabalho persistente do sonhador. Devemos muito aos sonhadores que lutaram para que seus sonhos se tornassem realidade.

Somos desafiados a viver na inspiração dos nossos sonhos para que eles se transformem em grandes realidades.

Recentemente folheando uma revista, encontrei a seguinte história que creio ser apropriada para meditar:

" Uma senhora, com visível ar de derrota estampado no rosto, entrou num armazém, aproximou-se do proprietário, conhecido pelo seu jeito grosseiro, e lhe pediu fiado alguns mantimentos, argumentando sobre a enfermidade de seu marido e sua conseguente impossibilidade de prover o sustento da família. O dono do armazém zombou dela e pediu para que se retirasse do seu estabelecimento. Pensando na necessidade da sua família, a pobre mulher implorou: - Por favor, senhor, eu lhe darei o dinheiro assim que tiver. Mas ele lhe respondeu que ela não tinha crédito nem conta em sua loja. Em pé no balcão ao lado, um freguês que ouvia a conversa entre os dois, aproximou-se do dono do armazém e lhe disse que ele deveria dar o que aquela mulher necessitava para a sua família, por sua conta. Então, o comerciante falou meio relutante para a pobre mulher: - Você tem uma lista de mantimentos? - Sim! - respondeu ela. - Muito bem, coloque a sua lista na balança e o quanto ela pesar eu lhe darei em mantimentos! Não compreendendo a proposta, a pobre mulher hesitou por uns instantes e, com a cabeça curvada, retirou da bolsa um pedaço de papel e nele escreveu alguma coisa, depositando-o, em seguida, na balança. Os três ficaram admirados quando o prato da balança, com o papel desceu e permaneceu embaixo. Completamente pasmo com o marcador da balança, o comerciante se virou lentamente para o seu freguês e comentou contrariado: - Eu não posso acreditar! O freguês sorriu e o homem começou a colocar os mantimentos no outro prato da balança e, como a escala da balança não equilibrava, pendendo sempre para o lado do pedaço de papel, ele continuou colocando mais e mais mantimentos até não caber mais nada. O comerciante ficou ali por uns instantes olhando para a balança, tentando entender o que havia acontecido, até que finalmente pegou o pedaço de papel da balança e ficou espantado. Não era uma lista de compras, mas sim, uma oração, que dizia: “Meu Senhor, o Senhor conhece as minhas necessidades e eu estou deixando isso em suas maõs...".

Posso afirmar que "Um sonho Lindo" é sonhado com Deus, é sonhado por pessoas que são conscientes de suas limitações e dependem de Deus.


Lembre-se, a pessoa que tem grandes sonhos é mais forte do que aquela que possui todos os fatos.

Descoberta.



Olho para o passado com lascas de nostalgia e pontas de melancolia. Caminhos que nunca trilhei hoje parecem bem mais fáceis. Não, não pretendo remontar passado. Desisto de qualquer tentativa de ressuscitar o que jaz sob a decepção.
Também não me prostro no altar do niilismo; descreio da capacidade humana de erguer-se pelos próprios cadarços. Meu existencialismo é frágil, carregado de suspeita.

Incoerências entre discurso e prática me desesperam. A incapacidade de vertebrar o que acredito de coração me enoja. Criei cismas. Rio por dentro; é meu jeito de sobreviver aos ufanismos que tanto me irritam.

Para refazer meu compromisso com a vida, desisto de tentar levar a ferro e a fogo qualquer coisa. Erros me fizeram bem. Boas ações me arruinaram. Amigos me entristeceram. Desconhecidos me acolheram. Quando planejei, empaquei. Por outro lado, inesperadamente a vida deu certo sem planejamento.


Paguei um alto preço por ser indolente. Mas, incrível, quando deixei para o dia seguinte o que deveria fazer hoje, foi bom.

Hei de aprender a não discursar. Almejo ser mais enfático, mas só em ternura; mais brando em afirmações. Pretendo rearrumar minha oratória. Quero voltar a olhar para o nada, como as crianças; a ritualizar os instantes, como os namorados.


Para refazer meu compromisso com a vida, espero envelhecer sem casmurrice.

E que não reste nenhuma nesga de frustração em minha alma. E que eu siga minha vida dizendo: valeu!