segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Como Sentir-se Bem.


Cada Indivíduo faz a avaliação de si próprio e esta avaliação básica é tão importante que chega a determinar aquilo em que o indivíduo se tornará. Você não poderá fazer mais do que se crê capaz. Você não pode ser mais do que aquilo que pensa que é. A confiança é um estímulo para sua força interna. Nunca se compare com os outros nem com o que os outros realizam, mas compare-se apenas consigo mesmo.
Deus deu-lhe a vida; Deus pode também renová-la. Quando não se está em harmonia com Deus, a vida declina, a vitalidade regride e, então, o entusiasmo desaparece. Quando o entusiasmo está baixo, a vitalidade, a energia e a força também ficam baixas. Com diligência, procure eliminar tudo o que seja de pensamentos melancólicos, de modo que sua mente reviva e se capacite a desenvolver o entusiasmo. Pratique pensar com serenidade. Com a prática vai ficando mais fácil, mais natural.
Ao dizer que você pode ter um constante entusiasmo, eu, certamente, não pretendo que se transforme num ser superficial que, falsamente, presume que tudo neste mundo é doçura. O mundo está cheio de tristeza e dificuldades. Um meio para alcançar esta espécie de vida é sair de dentro de si mesmo. Ninguém pode contemplar o belo e irrigar sua vida com sentido se for prisioneiro dentro de si mesmo. Quem está aprisionado exteriormente, por barras de ferro, ainda pode ser livre para pensar e sentir. Quem é prisioneiro interiormente, além de perder a liberdade de pensar e sentir, perde também o encanto pela vida, esmaga o mais belo elo da existência.
O segredo, pois, da energia contínua está em esvaziar a mente de pensamentos e atitudes que causam fadiga, por meio de qualquer técnica que melhor lhe convenha. Depois prossiga, a fim de comptemplar o processo de renovação, enchendo a mente com pensamentos tais que canalizem para você a fé reconstrutiva existente no universo divino. Podemos chorar e nos angustiar pelas nossas dificuldades e conflitos, mas nunca devemos desistir de nós mesmos. Podemos nos abater, mas nunca desanimar. Às vezes, nos tornamos nosso maior carrasco. Quantas vezes nos autopunimos e somos implacáveis com nossos erros!
Procuro levar alegrias ao maior número possível de pessoas. É um fato curioso este de obter alegria, dando-a; perderá a alegria se, egoìsticamente, tentar guardá-la só para si. Procuro enxergar o lado alegre da vida. A pessoa deve ver claramente os sofrimentos da vida e ajudar a aliviá-los o melhor que puder; mas também há muitas alegrias e a pessoa deve saber igualmente enxergá-las. Tomei o hábito de agir alegremente, dum modo normal e sensato.

sábado, 18 de setembro de 2010

Construir Felicidade.


Ninguém nunca será feliz enquanto acreditar que a felicidade é fruto de um golpe de sorte. Como a vida, a felicidade não se improvisa. É consequência de um projeto. É algo a ser construído. Além disso, é preciso estar consciente de que ninguém é somente vitórias. As derrotas são inevitáveis e precisamos aprender com elas.
No processo de construção da felicidade é preciso saber ouvir o que a vida e as ouras pessoas estão nos ensinando. Isso exige humildade até para ouvir aqueles que são críticos. Ninguém sabe tudo, sempre. Precisamos acolher, assumir  e aprender com as mudanças e transformações que ocorrem. Não podemos permitir que o medo nos impeça de realizar nosso objetivos; mas não nos esqueçamos de que uma grande jornada é feita com pequenos e decisivos passos.
Quando o ser humano vive na infelicidade, gera uma idéia falsa de que isso é normal, o anormal seria a felicidade. Alguns chegaram a afirmar que a felicidade não existe, que ela não passa de alguns momentos. Que pena!
Outra coisa importantíssima: quem almejar unicamente uma felicidade a partir das coisas materiais jamais será feliz. Nada que está fora da pessoa poderá preenchê-la. Por maior e mais abundante que seja. Para construir a felicidade é preciso alimentar o espírito.
A felicidade não se contrói somente de coisas lindas e com pessoas maravilhosas. A felicidade se contrói em meio a um mundo nem sempre bonito e com ajuda de pessoas nem sempre agradáveis. É preciso aprender a viver esses dissabores. Gosto muito da pedagogia de Deus. Ele sempre chamou gente fraca. O motivo, a meu ver, que muitas vezes uma pessoa que sabe que é fraca sabe compreender e ajudar os outros, porque percebe melhor o problema do outro, se sente próximo e íntimo.
É preciso ter coragem para lutar para encontrar a felicidade. Não esperemos mudanças de cima para baixo. Cada pessoa precisa começar principalmente em casa, em sua família. É preciso ter coragem de sempre começar de novo, mas que esse novo começo seja também no jeito de pensar e trabalhar a vida de cada um de nós. 
A VIDA EM PLENITUDE EXIGE OPÇÕES E ATITUDES CONSTANTES.
Antes de terminar este texto, não posso esquecer de compartilhar um poema de Adélia Prado:

.. se deve viver e ser feliz apesar de.


"Uma das coisas que aprendi é que se deve viver e ser feliz apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para a frente".

domingo, 12 de setembro de 2010

Felicidade.


A felicidade é um dos bens mais desejados pelo ser humano. Não pode ser comprada, apesar disso, ao redor dela se criou toda uma indústria que vem sob o nome de auto-ajuda.

A felicidade resulta de algo anterior: DEUS.

Assim como nosso corpo depoja-se de seu cansaço na noite de sono, levantando-se renovado ao amanhacer, também algo precisa acontecer com nosso espírito. Não podemos ignorar o fato de que o homem precisa de renovação diária em seu relacionamento com Deus.

Confiando que Deus está comigo, sigo meu caminho, sendo grato por tudo e sempre, atento para discernir os dias, perceber os sinais, enxergar as oportunidades, e fazendo o máximo para tomar melhores decisões possíveis, buscando acima de tudo o que interessa ao reino de Deus e a sua justiça. No mais, literalmente, Deus me fará feliz.

O Passado.


Não transfiro, nem projeto em ninguém em nada os meus movimentos passados.

Arco com as consequências de minha ingenuidade, de minha imaturidade.
Eu vivi intensamente cada momento e, repito, assumo a minha história.

De repente muitas coisas foram pesando em minha alma.
Alquebrado e triste com o meu passado, procuro mudar de pele.
Preciso da misericórdia divina para lavar as nódoas que mancham o meu caráter.
Luto para ser irmão de homens e mulheres de boa-vontade.
 
Tenho que me despedir de mim mesmo, dos ambientes que ajudei a criar e de ex-amigos, que só agora reconheço como meros aliados.

O passado irredutível pode ser reconstruído com decisões que eu tomar no presente.
Meu presente não precisa ser mera consequência do que vivi; sequer o futuro,um desdobramento inexorável do presente.

sábado, 11 de setembro de 2010

Cultivando um Amigo.

A amizade está para além dos alvos comuns, dos interesses compartilhados, ou das mesmas histórias. É mais forte do que a atração física, mais profunda do que a solidariedade ou um projeto de vida. A amizade é a alegria de dar e receber, de amar e sofrer, de confiar e entregar sem reservas. É estar com o outro, mesmo quando não podemos nem aumentar a alegria, nem diminuir a tristeza. A amizade é o encontro de almas que promove a nobreza do amor.
O individualismo, a busca pela realização pessoal, tem criado em nós  uma sensação falsa de preenchimento e uma percepção cínica da amizade. De um lado, nossa vida pode ser resumida na busca por um amigo, na renúncia da solidão, mas, por outro, rejeitamos a idéia de qualquer relacionamento cuja intimidde levante suspeita sobre nossa integridade e comprometa nossa liberdade.
Amigos são dádivas de Deus. Não os fabricamos, apenas os recebemos com alegria e gratidão e os cultivamos com amor e dedicação. Precisamos de Deus para aprender a amar nossos amigos e precisamos dos amigos para seguir amando a Deus.
Peço perdão a você , amigo que me esqueci de agradecer por sua lealdade.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Sinto que preciso mudar.


Muitas coisas que contribuíram para que eu seja quem sou hoje, vieram sobre mim e foram associadas à minha personalidade sem que eu primeiro as questionasse ou fizesse alguma seleção que me levasse a aceitá-las ou não.

Quero poder dizer para quem me pergunta como estou: “estou cansado”, “hoje eu não estou muito bem”, ou “o problema ainda persiste” sem que elas me lancem no profundo dos mares.

Quero, de coração, ser mais humano. E ser mais humano é estar mais perto e cada vez mais identificado com os humanos ao meu redor. Independentemente do que eles vestem, dos seus títulos ou dos seus cheiros [importados]. Quero apertar as mãos das pessoas olhando nos seus olhos e não apenas por obrigação social. Quero dar atenção a quem me pedir atenção. Quero ser mais calmo e compreensivo com os erros das pessoas contra as quais eu também cometo erros. Quero olhar para o passado e ainda ver caminhos pelos quais eu possa voltar, ou que outros possam ainda trilhar. Quero ver doçura na vida. Quero amar mais e respeitar mais a Criação. Quero ser mais responsável com o planeta.

Quero ser um pregador de palavras. De forma que elas façam bem pra quem as ouve. De forma que elas abram caminho nos corações humanos a fim que o Deus Eterno trabalhe neles.
 
Quero ter mais coragem. Sinto que preciso me lançar na vida e acreditar mais que atitudes custosas levam a resultados benéficos pra muita gente. Quero ter coragem de dizer não ao que o meu coração não consente. E quero poder dizer sim, com convicção, àquilo que é o melhor, mesmo que não agrade a todos.

Talvez eu não pudesse ter dito nada disso se não estivesse determinado a dar o primeiro passo a fim de me tornar uma pessoa melhor.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Soltar o Passado.

Você é muito mais do que sua mente. Você pode pensar que ela que está dirigindo o espetáculo, mas é só porque você a treinou para pensar assim.
Sua mente é uma ferramenta que você pode usar da forma que quiser. O modo como a usa agora é só um hábito, e hábitos, quaisquer hábitos, podem ser modificados. Se você acredita que é difícil modificar um hábito ou pensamento, isso será verdade para você.
Existe um incrível poder e inteligência no seu interior constantemente reagindo aos seus pensamentos e palavras.
Seus velhos pensamentos não existem mais; não há nada que você possa fazer sobre eles exceto vivenciar as experiências que causaram. Seus futuros pensamentos ainda não se formaram e você não sabe quais serão. No entanto, seu pensamento atual, o que você está pensando agora, está totalmente sob seu controle.
Muitas pessoas dizem que não podem desfrutar o presente por causa de algo que aconteceu no passado. Como fizeram alguma coisa no passado, não podem viver plenamente hoje. Como não tem mais algo que tinha no passado, não podem se divertir atualmente. Como foram magoados no passado, não aceitam o amor agora. Como algo desagradável aconteceu quando fizeram determinada coisa no passado, têm certeza de que ela acontecerá de novo hoje. Como uma vez fizeram algo que lamentam, estão certos de que serão pessoas más para sempre. Como um dia alguém lhe fez algo, acusam essa pessoa por sua vida não ser como gostariam. Como enraiveceram-se por causa de uma situação no passado, mantém-se indignados. Como numa antiga experiência foram maltratados, nunca esquecerão ou perdoarão.
Como uma vez fiquei magoado com uma observação, nunca mais confiarei em niguém.
O que frequentemente nos recusamos a perceber é que mantermo-nos presos ao passado - por mais horrível tenha sido - só magoa a nós mesmos.
O passado é passado e não pode ser mudado. O único instante que podemos vivenciar é o instante presente. Mesmo quando reclamamos sobre o passado, estamos somente vivenciando a lembrança neste momento e com isso perdendo a real experiência do instante presente.
Toda teoria do mundo é inútil a não ser que saibamos como aplicá-la para mudar alguma coisa.
Você está disposto a tentar ter pensamentos novos?

Eu e os Outros.


Para você ajudar realmente uma pessoa a se desenvolver como pessoa, enfrentando as situações que constituem a trama do viver, livremente, permanecendo você também pessoa, e sem assumir pelo outro a responsabilidade das decisões que lhe competem, você precisa crer na pessoa . Precisa acreditar que o ser humano é capaz. Que existe em cada um energia suficiente para seu desenvolvimento, mesmo que nesse momento o processo esteja, por alguma razão, em parte paralisado. É só acreditando nisso, sem deixar de ser o que você é, que você poderá ajudar, dentro de uma atitude acolhedora, compreensiva e de comunicação aberta.
Senão você irá transformar as pessoas, sim, mas de uma forma autoritária e dominadora. como se fosse o dono da verdade. Mas isso será uma maneira de você esconder seu medo. Seu medo de conviver. Seu medo de entrar numa relação profunda de gente para gente.
Se não houver fé nas pessoas, você fica sem a mola propulsora de todo o processo e sua ajuda poderá se limitar a um simples treinamento mecânico.
Mas acontece, que isso são coisas que não se compram em supermercados, nem nos são dadas junto com nenhum diploma. Você pode crer por tática, para poder exercer sua ajuda, artificialmente, ou você pode crer porque realmente tem fé e respeito. É muito diferente.

O Louco.


Você pode estar diante de um louco de muitas maneiras diferentes. Uma delas é estar diante dele não como quem admira, se espanta ou tem medo. Mas como quem quer ajudar. Podemos fazer isso. Podemos fazer algo por ele. Podemos ter certeza de nossa capacidade de ajudar, abertos a qualquer possibilidade.
Mas há também uma outra maneira de estarmos diante de um louco. É estarmos lá não só para ajudar, mas também para sermos ajudados. É possível crer que um louco possa ajudar a gente, e ajudar como pessoa. Essa postura é muito diferente da primeira.
Por mais louco que alguém possa ser, ele é portador de uma experiência humana de existir. Ora, nós, os não-loucos, temos em comum com eles isto: também nós nos defrontamos com o existir humano como desafio. Diante desse desafio buscamos dar um sentido às nossas vidas.
Estar diante de um louco, como quem pode ajudar apenas, é considerá-lo como um ser à parte. É também colocar-se à parte, como se você soubesse, de forma perfeita e sem incertezas, decifrar o enigma da existência. Se você age dessa forma é ainda porque você esta sendo veículo ou instrumento de interesses. Aqueles interesses que mandam que a loucura não deve ser levada a sério. E não pode ser levada a sério porque ela questiona nossos sistemas de um bom viver. Não pode ser levada a sério porque ela nos desmascararia.
Não existe ajuda unilateral. A forma mais profunda de ajuda é o encontro.

Crises.

Crises existem. De variados tipos. Em momentos diversos. Por razões diversas. Elas podem surgir a propósito de problemas. Problemas financeiros, de segurança, de comunicação; problemas afetivos e pessoais. Mas a crise vai além do problema. Pode nascer com ele. Mas toma uma dimensão maoir. 
A crise é uma escuridão no viver.
A pessoa vê tudo escuro, a vida fica sem sentido, falta alguma coisa, e alguma coisa de essencial.
Crise é alguma coisa muito diferente de um problema. É um encontro com uma situação que faz parte do humano viver. A crise é um abrir os olhos para a condição humana. Muitas vezes são os problemas que nos forçam a isso. Mas nem sempre.
Os problemas têm solução. Mas a condição humana tem coisas que não tem solução.
A crise é uma tomada de conciência. Aguda. Que divide o antes e o depois. Não se trata de achar uma solução. Trata-se mais de assumir, de maneira nova, e com isso encontrar um sentido. Ou de um voltar para trás e se esconder.
Crise é um passo. Uma passagem.
Não é um episódio externo. Mas alguma coisa acontece dentro da gente, no nosso intímo.
Tenho aprendido por exemplo, a procurar amigos na hora da crise que dão sentido à nossa vida. Os amigos, assim como muitos de nossos valores, são impenhoráveis, inegociáveis. Ao contrário que muitos pensam, nossa missão nesta vida precisa transcender a dimensão relacional. Somos filhos da cultura pragmática. Procuramos utilidade em tudo, e acabamos procurando amigos como quem compra utensílios domésticos - "este serve, aquele não"; " este é bonito, aquele é feio"; ou "para este, há perdão; para aquele, não". isto é desastroso.
O amor sempre foi uma das questões básicas do ser humano e um dos seus maiores desejos. O amor tem o poder para suprimir nossas crises. 

" O medo de amar é o medo de ser". 
Beto Guedes.
" Você não tem medo de mim,
  Você tem medo é de você.
  Você tem medo é do amor".
Adriana Calcanhoto.

Não obstante a complexidade que envolve os relacionamentos - seja em que dimensão for -, amar ainda é a única forma de realização humana.
Por que fugimos quando estamos em crise? Por que nos fechamos e nos calamos, desejando falar? Por que nos afastamos e nos congelamos, queimando de vontade de abraçar? A crise pessoal é dupla: medo de ser conhecido e de conhecer-se. Estabelecemos barreiras invisíveis, que pensamos nos proteger, mas que acabam nos impedindo de amar.
Não conseguimos nos doar, confiar, pois estamos em crise para sermos ímtimos do outro. Vivemos em estado de tensão entre a necessidade de nos revelarmos e a necessidade de nos encobrirmos. Nossos escudos e máscaras podem ser uma conversinha fácil e superficial, ou mesmo a erudição, que podem se tornar barreiras intransponíveis para a intimidade.
Nossa real necessidade na crise é a de alguém que nos ouça, não por obrigação, nem com pressa ou com respostas prontas, preconceitos ou experiências que deram certo, mas com a alma. Precisamos de alguém que nos aceite como somos. È preciso coragem e autenticidade para expressarmos nossos sentimentos, especialmente aqueles considerados negativos, como indignação, a ira e a frustração.
Assim, somos convidados a correr riscos de nos abrirmos em intimidade, bem como a considerar a possibilidade de construirmos um caminho de relacionamentos mais saudáveis e uma espiritualidade mais plena para sair da crise.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

A Lepra Social.


   A humanidade está cansada de tanto odiar e matar. Por todas as nações e por toda parte é notável a doce melodia dos corações em busca de paz. Todos querem sossegar, descansar para trabalhar e viver, em clima de segurança e compreensão.

   A droga é uma lepra social de trágica realidade.

   Dizem os viciados que ninguém pode resistir aos reclamos da droga, depois de viciado. Sentem alucinações desesperadoras. E nesse estado de loucura, perdem o controle. Não podem responder por si mesmos!
   Muitos jovens, saídos da crise alucinatória, confessam com lagrimas, a vontade de deixar o vício, mas são impotentes e fracos.
   Dentre todos, este me parece o mais agudo problema de nossa época, cujas consequências futuras, além das presentes, são imprevisíveis. Assistimos a verdadeiro suicídio coletivo.
   O cativeiro dos alucinógenos é mais férreo, porque destroi o corpo, a mente e o espírito, do que outrora, a escravidão dos africanos. Este foi cativeiro forçado e  indesejável. Aquele é voluntário e apetecido.
   Por onde Deus me tem feito passar, não deixarei de cumprir meu dever de apontar a este mundo desmantelado, como se encontra, ajuda para os seus magnos problemas:
O regresso do homem, que é o filho pródigo, à casa paterna e à feliz comunhão com Deus.

A Gente se Acostuma.



A gente se acostuma mas não devia.
A gente se acostuma a morar em apartamento de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E porque à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes, a abrir as revistas e ver anúncios, a ligar a televisão e assistir a comerciais, a ir ao cinema, a engolir publicidade, a ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata de produtos.
A gente se acostuma com as besteiras das músicas, a contaminação da água do mar e se acostuma a não ouvir passarinhos, a não colher frutas do pé, a não ter sequer uma planta.
A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito que fazer, a gente vai dormir mais cedo e ainda satisfeito porque tem sono atrasado. A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele.
A gente se acostuma para poupar a vida, que aos poucos se gasta, e que, de tanto acostumar, se perde de si mesmo.


Ser Autêntico.

Fernando Pessoa nos lembra:
(...)
Nem tudo é dias de sol,
E a chuva, quando falta muito, pede-se.
Por isso tomo a infelicidade como a felicidade.
(...)
Eu nem sempre quero ser feliz.
É preciso ser de vez em quando infeliz
Para se poder ser natural...
O que é preciso é ser natural e calmo
Na felicidade como na infelicidade.

Às vezes a vida não economiza sofrimento. Eu sei que o caminho da vida não é sempre linear. Na estrada da vida há também curvas, buracos, falta de sinalização. Há também a solidão que se eleva ao extremo nas "noites escuras da alma".
Às vezes regredimos a algo que pensávamos já haver superado. São momentos em que o peso da memória nos detém. Às vezes um simples cheiro, um som, uma música, uma cor, uma palavra, um jeito, um lugar, uma data nos arremessa ao passado. Outras vezes, ficamos num mecanismo de repetição de atos, até tomarmos consciência de que, enquanto não aceitarmos os acontecimentos da vida, enquanto não nos reconciliarmos com o nosso passado, não conseguiremos ir mais longe.
Não podemos ser pessoas que têm medo de enfrentar mudanças, mesmo que elas signifiquem possibilidade de uma vida melhor e mais verdadeira.
Romper é, pois, arriscar-se a descobrir o desconhecido. E essa experiência nos traz muita insegurnça. Não há segurança senão no previsível, que pode significar mentir para si mesmo. Mudar é mais que um ato. É uma atitude e um processo. Mudar torna as pessoas autênticas. E nós não temos nenhum poder sobre uma pessoa autêntica, que é honesta consigo mesma. Ninguém a fará tremer diante da verdade, pois ela é verdadeira. Entretanto, se uma pessoa mente para si mesma, ela temerá diante de certas situações.
Não é preciso sofrer para se tornar um ser humano melhor, mais digno. Pode-se amadurecer, crescer e transformar-se também na alegria, na felicidade e no amor. Não podemos cultuar o sofrimento, assim como não podemos cultuar o prazer. Há de se aprender com os dois. O ideal de homem perfeito não existe. Haveremos, sim, de ser grandes o suficiente para nos perceber finitos, mortais - apenas humanos.
A obra de Deus em nosso ser é, portanto, permanente e constante. Não chegará o dia aqui na terra em que diremos orgulhosamente, estamos prontos, estamos completos.
" Haverá sempre uma falta no ser humano". Freud.
Se temos isso, logo iremos querer aquilo, numa comprovação contundente de quão insaciável é a nossa alma. Por isso a obra de Deus em nossa vida é sempre atualizada. É contida e incontida, mensurável e imensurável, real e jamais simbólica, cheia de evidência e de mistério.
Por isso, gostaria de convidá-lo a algumas simples, porém significativas reflexões sobre a necessidade de sermos autênticos.
Onde você estiver agora, procure aquietar-se, desacelerar as batidas do seu coração... Acomode-se. Silencie seus barulhos interiores... Pare um instante. Ouça o que talvez você mesmo tenha a se dizer já há algum tempo.
Deus nos faz pensar e sonhar. Pensar e talvez, até mesmo chorar pelo que somos, e então, sonhar com o que poderemos vir a ser.
A vida é um tecido cuja a matéria prima é composta de atitudes. Ninguém muda de atitude sem a experiência do esforço. Se conseguirmos alterar nossas atitudes, naturalmente conseguimos também alterar a vida.
Porque tão importante quanto não fechar a porta para a mudança é não impedir, depois, a entrada das alegrias.

domingo, 5 de setembro de 2010

Predadores


No passado,os seres humanos gastavam energia física para sobreviver, caçar, pescar, fugir de predadores ou de animais peçonhentos como cobras, escorpiões, aranhas.
Hoje vivemos em sociedades sofisticadas. Aparentemente temos mais segurança e as necessidades humanas são muito mais facilmente atendidas, desde que se tenham recursos. Mas de fato somos mais protegidos do que nossos antepassados? Não!
HÁ PREDADORES NA ATUALIDADE?
Sim, muito mais. Há “animais peçonhentos” nas sociedades modernas: nas empresas, escolas, famílias.
Temos mais predadores que nos consomem e há mais venenos no ambiente em que  trabalhamos e transitamos do que no passado.
É preferível conviver com uma pessoa simples, sem cultura acadêmica, mas totalmente honesta, do que um ser humano de ilibada cultura saturada de radicalismo, egocentrismo e estrelismo.
Sabedoria e autocrítica não se aprende nos bancos de uma escola, mas no traçado da
existência.
Aqui fico.

É Possível.


A humanidade vive, diariamente, escolhendo entre o possível e o impossível. Quer coletivamente ou individualmente, todos são desafiados, permanentemente.
Tudo, em cada um de nós, fica impactado sob a desafiante interrogação. Razão, consciência, reflexão, sentimento, emoção: possível ou impossível? Fazer ou não fazer? Agir ou desistir? E sempre assim. E segue a vida.
Dentro do quadro em que vive e caminha a humanidade, é possível ou impossível melhorar, avançar, conquistar, no tempo, o seu espaço? Para alguns é impossível.Para outros é possível conservar, pelo menos, o que já foi conquistado. Para muitos, é possível melhorar, avançar, conquistar.
Qual a posição ideal? Diante de tanta maldade, imoralidade, inversão de valores, violência, conformidade, heresias e incredulidade, existe alguma coisa possível? É possível fazer alguma coisa? O que fazer?
É possível e é ncessário buscar a melhora da qualidade da nossa vida.
Há tanta coisa para melhorar. É possível ou impossível? O otmista diz sim! O pessimista diz não! O pseudocristão diz: melhorar para quê?
QUAL SUA OPINIÃO?

PARA MIM, MELHORAR É POSSÍVEL.

A vida é emoção.

 
Apaixonados, lutamos contra os dias que escorrem como água entre os dedos. Imprecisa, não-evidente, enviesada, carente de construção, a vida espera ser talhada por artesãos. No caldo da angústia universal, confia que alquimistas transformarão atrevimento em circunspeção. Quer converter Valquírias em Marias, bárbaros em samaritanos.
A vida é mistério. De onde vem o sentimento de beleza? Por que entesouramos os instantes delicados do passado? Por que a morte desfigura e esfumaça os olhos? Para onde se expande a margem extrema do universo? Que mecanismo impede a mente de ressentir dores? Por que nos vemos como outra pessoa nos sonhos, mas sempre sendo nós?

Infelizmente começamos com afirmações e esquecemos as perguntas. Não transformamos os pontos de interrogação em lupas. Presunçosos, não carregamos o pente fino da dúvida no bolso do colete. Cegos, temos medo das aporias. Desistimos dos porquês infantis e ficamos com as certezas que nos entorpecem.

A vida é triste. Agonizamos com a lama burocrática que encobre o vilarejo pobre. Impotentes, tentamos resistir o mal sistêmico que prescinde das pessoas. Não entendemos como as elites conseguiram inventar o motor-contínuo para energizar a máquina da injustiça. Perdidos, procuramos fazer com que bondade e misericórdia não desapareçam do vocabulário religioso. Abatidos, vemos a sordidez sentar na cadeira da polidez. A implacabilidade ganhar da bondade. A ambigüidade moral amordaçar a solidariedade.

A vida é bela - e sempre desejável, dizia o poeta. O dilúvio não descolore a aquarela que se refrata na neblina. Homens e mulheres continuam a esperar por um novo céu e uma nova terra, onde crianças brincam com serpentes. Percebemos o divino no bailar da folha enamorada do vento. Celebramos a formosura de viver no ancião que planta uma árvore, na mãe que ensina a filha surda a falar com as mãos, no menino que, na capoeira, faz da luta uma dança.

A vida é trágica. Subimos no palco sem roteiro. Não passamos de atores sem texto para decorar. Personagens que atuam sem noção do instante que as cortinas descerão. Contracenamos com gente que acabamos de encontrar. Vez por outra escutamos apupos e procuramos as máscaras sorridentes, que disfarçam os constrangimentos. Sem coxia, não temos para onde correr. Assumimos diferentes papeis mesmo sabendo que a tragédia é inevitável. Sofremos. Quando nos acostumamos com os holofotes, o diretor grita: acabou o espetáculo.

Solidariedade

 
 
Esta é uma palavra que está muito distante da vida dos homens atualmente. Significa amor, compaixão, misericórdia, companheirismo, ajuda, compreensão para com aqueles que necessitam de atendimento e que dependem frequentemente de nós.

Não se trata de amar ou ajudar aqueles a quem devemos gratidão ou respeito. É alguém bem perto de nós  que requer naquele exato momento uma ajuda, um socorro, uma palavra, uma resolução, e a nossa colaboração será importante.

Estamos vivendo num mundo onde o que predomina é o nosso "EU". O que EU preciso, o que EU gosto, o que EU sonho etc. Depois vou olhar para a minha família em alguns aspectos, e pensar, quando sobrar tempo, nos outros.

VOCÊ JÁ PAROU PARA PENSAR QUANDO FOI QUE PRATICOU UMA ATO DE SOLIDARIEDADE?

Não vai depender da amizade que você tem pela pessoa, e, sim, da necessidade física, econônima, religiosa ou amorosa do necessitado.

Pense bem!

Seja uma simples companhia por algumas horas ou resolver um problema para alguém que não tenha condições, ou estar ao lado de um leito oferecendo a sua mão, ou ajudando alimentar, levando o alimento à boca, ou mesmo calado, apenas com sua presença, já está praticando solidariedade.

Vamos nos unir mais, murmurar menos, amar e doar mais, pois Deus tem muitas bençãos para nos dar.

Repito: Solidariedade não é recompensar com seus préstimos; isto é gratidão. É ajudar o necessitado, seja ele quem for: vizinho, seu irmão, sua família, aquele que você não conhece, TODOS.

Em cada noite, ao deitar-se, pergunte a si mesmo: Hoje eu fui solidário com alguém? Ore a Deus e agradeça.

Angústia da alma

 
 
As angústias da alma nos jogam de um lado para o outro e não sabemos se nos basta um calmante ou uma oração, ou ambos.

De noite na cama, custo a pegar no sono, pois minha mente não para, meu corpo não aquieta, meu espírito não silência.

O coração acelera, a criatividade dispara, as preces se multiplicam.

Mas cada manhã, com o novo dia, também se levanta a minha alma. E com ela suas angustias. E sobre tudo, a misericórdia e a bondade de Deus, que me seguem todos os dias da vida. A alma angustiada retorna seu caminho, põe o pé na estrada, mangas arregaçadas, até deitar-se à noite com o coração acelerado, a mente rodando em velocidade incalculável e o esboço do dia seguinte rabiscado na tela da madrugada. As gavetas estão todas abertas novamente. E lá se vai o andarilho das nuvens, fechar uma por uma de novo e mais uma vez, até que as luzes se apagam. todo dia, toda noite. Tudo jamais igual.

Os encontros e desencontros do dia estão nas primeiras gavetas: frases pela metade, falas desconexas, palavras mal-ditas; vergonhas e virtudes; pessoas -  de perto, de longe, de sempre; tarefas inacabadas e projetos deflagrados; mais vontades, mais planos, mais promessas ,mais, e cada vez mais. Mas as gavetas mais pesadas e difíceis de empurrar são as que carrego comigo durante a caminhada diária. Pego cada uma delas todas as manhãs e as levo para a luz do dia. Nem sempre consigo colocá-las no armário branco do chão das nuvens, e quando ficam amontoadas ao pé da cama, são prenuncio de noites mal dormidas. São estas as maiores Angústias. E delas ainda não consegui me livrar completamente.

Por essas e outras é que minha alma vai dormir exausta. E haja gaveta pra fechar... Por enquanto, sigo o meu caminho sob o epitáfio da Olga Benário: LUTANDO PELO JUSTO, PELO BOM E PELO MELHOR DO MUNDO.

Tristeza


Tristeza é ter uma dor que não doi, só entreva;
mas força ouvir, de noite, o coração em descompasso; e
faz acordar exausto, sem sonhar nada.

Tristeza é a impotência do preso diante do cadeado; a
perdição do menino na sala vazia; o desinteresse da mulher
com o namorado do lado; a falta de saliva na cozinha quente.

Tristeza é a aliança derretida, o piano sem tecla, o choro no berço vazio,
o espelho com fungo.

Meu Deus

 Cheguei aonde cheguei carregando minha mochila com momentos bons e de pranto. Foi somando tais momentos que me vi expulso de uma zona de conforto mentirosa.
Quebraram o aquário onde eu me sentia abrigado. De repente, fui jogado no ribeiro e forçado a nadar em águas tumultuadas.
Senhor estou amargurado. Das fossas, percebi que posso me despir das fantasias grandiosas que me escondiam de mim. Tu tens um jeito delicado de limpar as nódoas mal cheirosas que encardem a pele da gente.
Ensina-me há contar os dias que não existem, e que nem sei se viverei. Por enquanto, só preciso de ajuda para tirar do alforje coisas boas e ruins, o material de minha esperança.
A dor é sorrateira, insidiosa, traiçoeira. As respostas aparentemente confortadoras se esvaziam. “Deus tem um plano”; tal frase funciona como aspirina que alivia sem curar o problema.
Nada sei e nada posso especular sobre a dor, mas minha intuição avisa que reconhecer a companhia fiel de Deus traz mais conforto do que ficar questionando.
Quem deseja viver de verdade precisa contentar-se em nunca resolver os enigmas do porvir, a rota dos labirintos, o caminho da serpente sobre a pedra, e o curso das andorinhas que anunciam o verão. Viver é dar de ombros para as respostas imprecisas e para as explicações semiplenas. Quem vive navega em rotas inéditas e portos inalcançáveis; sabe que o destino é insólito.
Somos feitos de sombras e luzes, desejos e medos, desesperos e sonhos.  Só existe aflição porque um universo de complexidades habita dentro da gente.
Nosso primeiro medo veio com o primeiro fôlego. Nada mais angustiante que o dia do nascimento. O nosso derradeiro pavor? O suspiro final. Nada mais angustiante do que a idéia de inexistir. Nascemos e morremos na angústia. Entre os dois momentos, nos acompanhamos da ansiedade que restringe, do vazio que atormenta, da inadequação que comprime.
Não se esgana a angústia. Para viver não é necessário fazê-la sumir. Basta dar-lhe significado. É possível sorrir mesmo ralando em paredes mal rebocadas.
Concordo, certas angústias são destrutivas e não devem encontrar abrigo na alma: desesperos patológicos, que corroem; cinismos frios, que apodrecem valores éticos; depressões que amordaçam a alegria. Contudo, a possibilidade de ser feliz se equilibra na corda bamba que sustenta, ao mesmo tempo, desalento e esperança.
 Viver não é para amadores. O tempo passa velozmente carregando tudo e todos. A pior angústia? Ver a areia da ampulheta, o pêndulo do relógio, a avisar que o calendário escasseia. Alguns não se dão conta que jogam a vida no lixo. Vaidades e megalomanias são ladras dissimuladas. Eternizar cada instante parece um esconderijo onde mora o segredo da felicidade.
Viver, definitivamente, não é para amadores. Que ninguém se atreva a querer tocar a vida só. Portanto, “se algum de vocês tem falta de sabedoria, peça-a a Deus que a todos dá livremente, de boa vontade; e lhe será concedida”.
Reconheço que a vida acontece nesse espaço que fica entre os porões úmidos da desgraça e os palcos festivos da felicidade. É aí onde quero dar-me, nunca esquecendo de prantear com os que choram e rir com os que bailam