Vivamos o instante impreciso.
Aspiremos o ar como se dele viesse o elixir da juventude.
Abandonemos resmungos.
Não nos exilemos nas masmorras que a neurose cria.
O tempo se chama agora. O dia é hoje. A vida é eterna devido à impermanência – eixo paradoxal.
Tornemo-nos jardineiros de prados.
Saiamos das estufas climatizadas.
Sejamos menos especialistas e mais aventureiros.
Corramos mais riscos.
Desobedeçamos aos cabrestos.
Testemos nossa afoiteza.
Encarnemos a inutilidade do afeto.
Assumamo-nos cafonas, bobinhos, no anseio de amar a poesia.
Antes que chegue o fim, fecundemos a vida com ternura.
Borboleteemos o pólen do amor.
As moradas eternas são vizinhas nossas.
Mudemo-nos para lá enquanto é tempo.