O isolamento, desaparecer de cena é, por mais chocante que nos possa parecer, um meio de encontro humano. Desde que se entenda que não me refiro àquela solidão conscientemente procurada e da qual todos necessitamos para encontrar paz e equilíbrio, para despertar nossa criatividade, para orar, por higiene mental.
Aquele que se isola na vida normal, aquele que se esconde atrás de uma carapaça, o que se encerra e só sai para o imprescindível, está vivendo o encontro humano defensivamente. Com uma "linguagem" peculiar, está nos dizendo que não está bem. Está pedindo ajuda ou expressando seu desgosto ou suas repulsas. Quem se isola, está enfermo. Devemos habituar-nos a " escutar" esta linguagem. E encontrar um modo de responder.
Se está assim porque viveu, lá fora, uma frustração, porque teve um desgosto com os amigos, porque teve um fracasso, uma decepção sentimental; se esta assim por questão de saúde, não se encontra fisicamente bem, são casos muito diferentes do outro.
A primeira coisa que esta solidão nos pede, é respeito. E respostas, e não perguntas.
Em qualquer caso, trata-se de responder, e não de perguntar. De ajudá-lo, respeitando sua situação; dar respostas deixando cair discretamente as palavras que possam ajudar; deixá-lo viver seu sofrimento e sua provação em paz, mas lhe dizendo, com esta linguagem silenciosa do amor, que estamos perto dele, que temos consciência do que está vivendo, que conta conosco. É escutá-lo e ser capaz de ajudá-lo em suas limitações. Conversar amigavelmente e ajudá-lo a encontrar-se para encontrar o outro; a ser, para deixar ser.