domingo, 18 de setembro de 2011

Órfãos da ousadia.



Perdemos a coragem, a paixão e o ímpeto; ficamos órfãos da ousadia, da engenhosidade e do romantismo; precisando por isso, de instrutores e orientadores para aprendermos a viver, sendo esse nosso mais gritante problema atual, pois, viver é dom incondicional de todos nós.
Não lhe posso ou quero ensinar-lhe a ser você mesmo. Por sinal, em nada eu acredito nos que dizem poder instruir uma pessoa a ser ela própria, isso me soa muito a adestramento, pois, aprender sobre si mesmo significa viver e, com isso (as experiências), desvendar-se.
Viver é realizar-se; amar, ser feliz e, até o desplante de recusarmo-nos a viver em troca de seguranças falsas. Ficou óbvio que somos grandes e imbatíveis destruidores em especial, de nós mesmos; e se conseguimos fazer isso conosco, imagine com o próximo?

Tolo é aquele que possuindo as armas, morre sem ao menos utilizá-las. Tolo é aquele que em seus instantes finais arrepender-se-á de nada ter feito. O ousado terá seu prêmio se competente for. A espera pela sorte corrompe o espírito audaz, manipula o senso de iniciativa e desfalece todas as capacidades.
A sorte deve ser feita, nunca aguardada como uma noiva que virá ao altar da preguiça.

Em geral, as pessoas assustam demais com a proposta de liberar seus sentimentos e preferem carregar frustrações durante anos a ter que enfrentá-los.

Sei que só com o reconhecimento e aceitação dos nossos sentimentos, uma grande parte de energia fica
liberada e isso implica em um aumento automático de nossa auto-estima e segurança, imprescindíveis para uma vida feliz.

domingo, 11 de setembro de 2011

Honestidade.



Podemos ser brutais, críticos, julgar e temer nossas emoções, especialmente as que estão relacionadas com a infelicidade, como a tristeza, a raiva e a depressão. Cada vez que nos julgamos e criticamos por estarmos nos sentindo infelizes, estamos simplesmente atirando mais lenha ao fogo. Quanto mais atacamos, mais a dor aumenta e mais parece real. Quanto mais nos condenamos, mais nos identificamos com a dor. Ao fim, a dor parece ser mais real do que a alegria.
É muito raro ver alguém que admita publicamente estar triste, nervoso, irritado, com ciúmes ou infeliz, pois é uma grande vergonha. Desde de crianças, somos ensinados a esconder nossos sentimentos e a mentir sobre eles por medo de julgamentos e por culpa. As frases mais comuns do tipo "Você deveria ter vergonha" que aprendemos são:

- "Homens não choram".
- "Que cara é essa?".
- "Vou lhe mostrar o que é ficar bravo".
- "Como ousa?".
- "Quer que o faça parar de chorar rapidinho?".
- "Mas quem você pensa que é?".
- "Pare com essa choradeira".
- "Quem ri demais acaba chorando".

Aprendemos a nos controlar, a esconder e a suprimir nossos sentimentos. Negação, racionalismo e outras defesas parecem funcionar bem até certo ponto, mas começam a falhar quando a paz se torna uma questão de evitar os sentimentos. Choramos sozinhos e escondidos.

Quando não somos honestos com relação à vida, continuamos a sofrer. A solução é um processo de honestidade; não se pode chegar à verdade utilizando mentiras. Elas são, no máximo, uma tática de controle, jamais um remédio. Mentiras não trazem paz.

Não há como nos curarmos em segredo. Temos de contar a verdade a alguém, seja Deus, seja um amigo ou a um médico. Quando se trata de felicidade, a honestidade é o melhor caminho.

Sendo honestos, descobrimos que não estamos sozinhos e que a ajuda está à nossa disposição.

A aversão ao sofrimento é que dói; mais nada.