domingo, 10 de julho de 2011

O Silêncio.



Existe uma dimensão de mistério no silêncio de uma pessoa. Você não é só o que aparenta, suas palavras, seus gestos, etc. É também silêncio. Gosto de afirmar que não compreendemos uma outra pessoa enquanto não nos acostumamos a " escutar seu silêncio".

É um valor que se torna patente na dificuldade; quando continuamos juntos em silêncio após havermos compartilhado algo profundamente; quando não logramos encontrar as palavras mas sabemos que estamos "falando", quando, juntos, escutamos o silêncio de Deus.

Vale a pena despertar a sensibilidade para captarmos este aspecto profundo do silêncio.

Outra dimensão pode ser nosso próprio silêncio, em dados momentos. Determinadas impertinências não podem ter melhor resposta, castigo nenhum pode doer mais; mas temos de saber sair do silêncio e não nos encerrarmos nele dias seguidos, fechados no mutismo.

Existe, finalmente um silêncio que, quando não sabemos falar, mas tudo exprime em nosso olhar.

Quando estamos vivendo momentos difíceis, não sabemos dizer o que está acontecendo. Sofremos uma contradição, um fracasso. Esse silêncio que pede tempo para assimilar, respeito, compreensão e apoio.

Esses silêncios que devemos escutar e nos quais poderemos - talvez - mais proximidade do que em mil palavras.

Esta é uma reflexão a ser cultivada. Por isso lhes digo que aprender a respeitar o silêncio é, indiscutivelmente, algo a ser respeitado.

Saber ouvir a partir do outro e não a partir de minhas "trincheiras";
Querer o bem do outro, não me impor;
Interessar-me realmente por ele;
Respeitá-lo;
Estar aberto ao pluralismo das ideias e das opiniões, sem dramatizar;
Saber responder;
Ser capaz de objetivar, de ver o que há de verdade no outro.

Apresentei-lhes uma orientação e um instrumento. Oxalá vocês desses seres abertos, transparentes pela humildade, que tudo facilitam. É preciso aprender no encontro humano, na interação e no respeitar o silêncio do amigo.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Pense!!!

Somos todos iguais e nos vemos tão diferentes!
Quando nossos sentimentos se cruzam com o que lemos ficamos surpresos.

Não somos os únicos a sentir dor,
Não somos os únicos a sentir medo,
Não somos os únicos a temer o desconhecido,
Não somos os únicos a ficar na dúvida.

Temos dificuldade em imaginar que outras pessoas passem por caminhos parecidos com os nossos, porque nos fechamos no nosso quarto e em nós.

Somos todos sim iguais na alma, na pequenez e na grandeza. Eu choro, me comovo, morro um pouquinho a cada dia e renasço na minha fé.

Desanimo de vez em quando e ergo a cabeça logo depois, espero impaciente o nascer do novo dia e faço planos...

Somos assim, tão iguais eu e você e tantos outros. A prova disso é que você se identifica com o que digo.

Se a emoção que aperta meu peito, aperta o peito de quem me lê, é porque somos feitos do mesmo barro. E se posso ver e crer na vitória e ultrapassar meus limites é porque todo mundo, cada um pode.

Podemos conjugar todos os verbos em todos os tempos!

É verdade que o sol não nasce e não se põe pra nós no mesmo momento, mas isso não muda em nada a verdade de que somos maravilhosos e importantes grãozinhos de areia aos olhos de Deus.

Isto é o que somos:
Plantamos sementes que um dia irão crescer.
Regamos sementes já plantadas,
Sabendo que encerram uma promessa futura.
Podemos nunca ver os resultados finais...
Somos iguais de um futuro que não nos pertence.
Enquanto caminhamos, realizamos nossa pequena fração.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Uma ousada aventura.


Vida em abundância confere significado àquele hífen que separa as duas datas que constam em todas as lápides.
Viver é povoar o coração de memórias vivas. Só as recordações salvam os olhos da insipidez. A realidade esterilizada, pobre de sentido, é morta.
Viver é desabotoar a alma e não deixar que a grandiosidade do que está lá fora passe despercebido. Vida abundante acontece no ancoradouro, no poente, quando celebramos o instante único, sem esquecer que duas tardes nunca são iguais. Vive quem não se acomoda, mas corre na direção do horizonte, sempre afastado. Só no delírio de viver, a linha que junta céu e mar se descostura. Viver é desafiar limites. Criados com a eternidade no coração carregamos o imperativo de sonhar para além do possível. 


Viver é meditar no mistério, intuir o belo, florescer o delicado, celebrar o eterno. Vida abundante transforma pedregulho em esmeralda. O excelso merece o exagero do superlativo. Quem vive se torna arauto da esperança e artesão de uma nova história. Vida abundante se esconde nas trilhas bucólicas onde poucos peregrinos se aventuram. O segredo da promessa do Messias mora em bosques selvagens. Só viajantes sequiosos sabem que no percurso, não na chegada, está a vida abundante.

sábado, 2 de julho de 2011

Que história você vai Contar?


Você dará tristemente os detalhes da vida de um homem obstinado que nunca se permitiu ser incapacitado pelas coisas trágicas em sua vida? Eu espero contar um tipo de história diferente. Minha história não será sobre um Deus que removeu o caos da minha vida. Minha história será, essencialmente, que a despeito disso - e a despeito de todos os obstáculos, confusão e temores - confiei em Deus. Direi que Ele nunca tirou minhas inseguranças, mas por seu amor encontrei a coragem. O que capacitará cada um de nós a contar histórias e que posso falar. Posso amar. Posso estar presente, e minha presença pode tirar os outros de seu silêncio sufocante. Deus nos chama para sermos fortes em lugares quebrados. Se as pessoas trouxerem tanta coragem a este mundo que o mundo tenha de matá-la para quebrá-las, então é claro que ele as matará. O mundo quebra a todos, e depois disso muitos ficam fortes nos lugares quebrados. Há momentos sagrados que nos transformam para sempre, momentos que nos levam a uma jornada que jamais imaginamos. Aprendi que ser homem não é uma fórmula para ser descoberta ou um segredo para ser revelado. Não há nenhuma peça faltando na minha alma que precise ser reaplicada da mesma forma que um membro arrancado é reimplatado no corpo. O verdadeiro problema não é o que nos falta. Antes a verdadeira tragédia tem sido a nossa recusa de pôr em prática aquilo que é mais verdadeiro a nosso respeito. Não falo nem vivo perfeitamente; de fato, ao escrever este texto estou dolorosamente consciente de minhas inseguranças e fracassos. Mas algo mudou para mim. Encontrei a esperança que gostaria de partilhar com vocês. Esta esperança não é um código para ser seguido cuidadosamente mas uma história misteriosa a qual adentrar. Minha esperança é CRISTO! Aqui fico.