terça-feira, 24 de maio de 2011

Abrir ou não abrir a janela, eis a questão?


O que se espera quando se abre a janela para o novo dia?
Uma coisa é certa, nem tudo que se espera, na maioria das vezes, é o que se vê.
Posso abrir a janela agora e me satisfazer em ver que ainda estamos vivos, que o mundo ainda vive apesar de tantas pedras colocadas em nosso caminho.
Acredito que veria o cotidiano cansado dele mesmo, pessoas com o sorriso no rosto e a ansiedade no coração e vice-versa; a satisfação de poucos e a incerteza de muitos.
Veria ainda a democracia nos outdoors e ao mesmo tempo trancada em nossas bocas. Creio que veria, só para variar um pouco, tudo na sua perfeita ordem, infelizmente, talvez.
A beleza do azul, a feiúra da ganância estampada no preço dos produtos.
Não sei por qual motivo amo tudo isso, não sei porque amamos tudo isso.
O que eu sei é que viver é incondicional, todos querem a qualquer custo.
Entre minhas certezas e incertezas, prefiro não abrir a janela hoje.