Texto de Leonardo Viola Rezende, Filho querido.
Neste momento minhas palavras fogem, amedrontadas, duvidosas de si. Reconhecem que nenhuma delas poderiam, ao menos, almejar uma expressão plena do que nos envolve, do que nos mantém, seria como querer explicar Deus e Seus planos. Não nos faltou amor no vale das sombras, e com este, sinto a inspiração da vida ao enxugar meus olhos, sejam lágrimas de tristeza, sejam lágrimas de alegria. Quanto ao tesouro, os palpáveis enterrem antes de minha morte, pois o que levarei comigo não se pode tocar, não se compra e nem se vende. Sou mais eu porque sou vocês, espelhos de minha alma. Minha forca tem nomes e endereço, mas seja virando a esquina ou cruzando fronteiras, sinto a mão de meu pai em meu ombro, sinto as mãos de minha mãe em meu rosto, sinto os braços de meu querido e muito amado irmão envolvendo meu tronco, sinto a oração forte de minha vó e sinto os dedos de minha noiva, Mariana, entrelaçando os meus. Marcelo, minha destra atingiu sua face inúmeras vezes, me pergunto quantas vezes seria necessário um punhal entrar no meu coração para que eu me perdoasse por um único ato insano destes? Meu pai, quantas vezes me voltei contra o Sr. e minha mãe? e quantas vezes precisaria, eu, morrer, para que eu ouvisse a voz de vocês uma única vez? O amor de vocês sempre me trazia de volta, sempre havia um banquete a minha espera, como posso explicar isso? Não me atrevo! Quão longe vai este amor? Desafia e surpreende pessoas, comove, aquece, acalma, ensina. Este eh meu legado, pode ser seu, e seu, seu e seu também. Eh verdadeiro, eh incondicional, eh nosso prezar, nossa missão, espalhar, difundir este amor. Amor, talvez seja esta a palavra que jamais se amedrontara e que explicara todas questões as quais vocês não tem resposta. Obrigado meu Senhor.