domingo, 30 de janeiro de 2011

As mentiras, ao contrário do que se apregoa, não são todas iguais.


As mentiras, ao contrário do que se apregoa, não são todas iguais.
Existem mentiras inescrupulosas, malvadas, perniciosas, pecaminosas; mas e as outras?

Não há como condenar um pai, que mesmo ansioso por um descanso,
finge-se disposto e vai brincar com os filhos.

Quem poderia acusar a mãe que lê uma historinha e faz de conta que acredita em fadas?

Que tal as mentiras poéticas? Os mais exímios mentirosos são os poetas.
Eles sabem transformar sentimentos banais em amor inflamado;
tingem as palavras com adjetivos e realçam as paixões;
inflamam os romances; fomentam os chamegos; adensam os carinhos.
 
Na poesia o amante faz-se escravo e a amada, rainha.
O poeta é um fingidor, mas nem sempre se dá conta que a sua malícia enriquece a vida.

Porém, não há como negar: a humanidade não sobreviveria sem o recurso da mentira.

Portanto, menos farisaísmo, por favor!