domingo, 30 de janeiro de 2011

Fome de alegria.


Alegria é minúscula pepita descoberta após um vendaval. 

Alegria nasce de instantes de pouca duração que arrepiam; de clarões que marcam a retina de emoções; de toques que deixam a alma ferrada com tintas do amor.

Alegria é elétron que irradia energia pelo corpo. 

Alegria é produzida por dínamos imperceptíveis. Bastam cores, aromas, gostos e o choro fica suplantado. Lágrimas sorrateiras secam com o riso humilde. 

Alegria serve de torniquete para estancar a sangria que desperdiça felicidade.

Alegria é implante divino. O Espírito se derrama na casa enlutada e faz da memória dolorida motivo para um sorriso leve. A viúva consegue transformar o espelho do quarto em retrovisor. Na noite escura, enxerga o rosto feliz do amado que se foi, e transforma a saudade mais trágica em vontade de viver.